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NOVO COMEÇO EM CURITIBA

Em 2014, um jovem casal sírio escolheu a capital paranaense para dar um novo ínicio a vida. Com 24 anos na época, Dalia Barbara, católica em um país de maioria muçulmana, era casada há apenas quatro meses com Faris Joseph Trabelsi, um homem de 27 anos também católico.

Em uma pequena casa alugada no bairro São Francisco, Dalia e Faris concordam em contar um pouco sobre suas histórias. Na companhia de Karim Hanna, um jovem também sírio e católico que está no Brasil há pouco mais de um ano, os três compartilham memórias de um tempo difícil.

“Uma vez, os terroristas envenenaram uma bebida típica árabe, porém consumida apenas por católicos. Foi assim que meu tio morreu. Envenenado por terroristas. É normal eles matarem católicos em lugares públicos, eles acham que somo infiéis” conta Faris.

Com certa dificuldade para falar português, Karim conta que em uma manhã de domingo, um carro bomba explodiu a apenas algumas quadras da casa onde morava.

“As janelas tremeram, foi um barulho horrível. Quando percebi o que havia acontecido, eu e meu irmão saímos para ajudar as pessoas na rua. Tinha muito sangue, muitas pessoas mortas e machucadas. A mídia mostra uma coisa, mas só quem viu sabe o que é a guerra. Teve um dia em que 22 bombas explodiram em 40 minutos” lembra Karim.

Karim diz que a vida no Brasil é muito melhor. Há um ano, seu pai vendeu tudo o que tinha para se mudar para São Paulo com a família e tentar abrir um restaurante de comida árabe para se manter. “ Para nós que somos jovens é fácil se adaptar a um novo país. Mas para os mais velhos que não conseguem apender o português é muito difícil”, diz o rapaz.

“O povo brasileiro é muito aberto e tirando a guerra, a vida aqui é muito parecida com a vida na Síria. Além disso, aqui existem menos muçulmanos que na Europa” completa Dalia.

Hoje, há mais de dois anos em Curitiba, Dalia conseguiur trazer os pais que estavam na Síria para morar no Brasil.

 

“Pensamos em ter filhos aqui no Brasil”, comenta Faris sorrindo.

 

“Só quem viu a guerra de perto sabe como é difícil, a situação é muito ruim. É muito complicado expressar sentimentos tão fortes em outra língua” finaliza Karim.

Foto: Rimon Guimarães
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